2006/05/02

Comunicação e consumo: traços da Indústria Cultural

Expandindo os limites da necessidade, o consumo passou a ser um meio de hierarquização da sociedade.
Através da posse de determinados objetos e da escolha por marcas, o indivíduo se auto-identifica, simbolizando através do consumo aquilo que o encaixa em determinada esfera social.
A mídia tem grande papel influenciador na escolha dos indivíduos por seus símbolos, através da publicidade e mesmo da programação dos meios. Recentemente, a TV Globo teve como uma das vedetes da programação a novela "América", que entre os temas abordou também a cultura do rodeio. De tema, a questão passou a ser influência e se concretizou em manifestações das esferas sociais: moveu-se a indústria têxtil, a moda, a indústria de calçados, a fonográfica, a de objetos e tudo o que pôde remeter à novela "América", direcionados a uma esfera social que tem o poder de consumir além da necessidade, por auto-identificações e por simbolizar aquilo que possa lhes representar realizações sociais.
O consumo é também uma dimensão do processo comunicacional, pois exprime desejos, sentimentos e interage os indivíduos que se assemelham, devido aos símbolos que têm em comum.
A própria cidade se divide pelo consumo: em bairros de maior economia têm-se casas que simbolizam uma maior economia, tem-se marcas importantes em estabelecimentos e produtos, e todo um conjunto de símbolos que represente aquela comunidade na sua esfera econômica, diferenciando-a da comunidade de um bairro de economia menor.
Mais que uma sociedade de espetáculo, vê-se na sociedade capitalista o poder, a necessidade da comunicação: tendo o capitalismo como pano de fundo, o consumo é mais um meio contemporâneo de fazer comunicação.

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